Os Açores são conhecidos pelos seus intelectuais ímpares que carregam em si uma enorme carga emocional muito condicionada pela sua vivência arquipelágica, o que os torna absolutamente únicos.
Aqui, na Quinta dos Peixes Falantes, não poderia ser diferente, e desde a manifestação artística presente na Ermida, à componente arquitetónica, tudo tem um propósito e é por isso que aqui os peixes falam connosco.
E Afinal o que são “Peixes Falantes”?
São, nem mais nem menos, que uma criação artística inspirada no “sermão de Santo António aos peixes” do Padre António Vieira, obra literária de grande relevância em Portugal, que se materializa num conjunto de pinturas singulares que o autor, tio e familiar dos proprietários da Quinta dos Peixes Falantes, deixou como legado aos seus sobrinhos e que hoje dá cor e alimenta a história deste local único nos Açores.
Além do valor sentimental, estas obras têm um valor artístico bastante significativo, sendo o seu autor o açoriano José Nuno da Camara Pereira.
Quem era José Nuno?
José Nuno da Camara Pereira, ou José Nuno como era conhecido no meio cultural, foi considerado por muitos como o mais
importante ou dos “mais importantes artistas plásticos portugueses que residiam nos Açores”.
Nascido em Santa Maria, dedicou-se durante a sua vida à pintura, escultura, mas também ao ensino, recolhendo inúmeras distinções e prémios, entre os quais o prémio pela 1.a Bienal dos Açores e Atlântico, na III Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian.
No seu regresso a Portugal e, posteriormente, no seu regresso aos Açores participou na Criação do Centro de Arte e Investigação (CAI) e fundou a Oficina d’Angra – Associação Cultural.
Em 2016 teve a última grande exposição do seu trabalho, no Arquipélago Centro de Artes Contemporâneas dos Açores, com o título “Um Sísifo feliz”.